Clipping

Como as empresas usam o Google Maps e o Google Earth para aprimorar seus serviços e melhorar o relacionamento com clientes.

Seis da tarde, sexta-feira, véspera de feriado. Um carro quebra na Marginal Pinheiros, em São Paulo. O motorista liga para a seguradora solicitando o guincho.
Na verdade, a chamada foi direcionada para a USS, empresa que presta assistência para diversas seguradoras. O dono do veículo não sabe, mas, enquanto espera, tanto sua localização como o movimento do guincho estão sendo monitorados nas telas dos computadores da USS. Como? Graças a dois serviços do Google; o Google Maps e o Google Earth. Com eles, é possível visualizar detalhes de boa parte da superfície do planeta, através de fotos tiradas por satélites. Assim, se transformaram em importantes ferramentas de negócios para empresas de diversos setores da economia. Com 14 milhões de usuários em todo o Brasil, a USS, por exemplo, reduziu em 50% o tempo médio de atendimento aos clientes. Hoje, a companhia consegue localizar o guincho mais próximo do ponto onde se encontra o veículo e orientá-lo sobre o trajeto mais rápido, evitando eventuais congestionamentos. “Temos ainda mais controle sobre os motoristas do guincho. Antes era comum eles demorarem para chegar até o local do atendimento”, conta Jorge Abel, diretor executivo da USS.

            A aplicação desses serviços do Google tem um amplo campo de expansão. O pesquisador Andrew Hill, da universidade do Colorado, EUA, por exemplo, mapeia a evolução da gripe aviária ao redor do mundo através do Google Earth. Numa competição em Tampa, EUA, a Volkswagen instalou em um carro de rally, controlado remotamente, uma espécie de GPS com acesso ao Google Maps. O equipamento identificava o trajeto. No Brasil, uma das pioneiras nesse campo foi a construtora Tecnisa. Com auxílio dos mapas virtuais, a empresa escolhe áreas promissoras para a construção de edifícios, além de verificar as conveniências da região e checar de perto o movimento das concorrentes: “O Google Maps nos permite oferecer para os clientes toda a rede de comodidade em um raio de dois quilômetros de um empreendimento, como farmácias, hospitais, restaurantes, locadoras de vídeos”, diz Romeo Busarello, diretor de atendimento da Tecnisa.

            Com 18 mil acessos em seu site no último mês, a Tecnisa abandonou de vez a maneira antiga de negociar casas e apartamentos. “Há poucos anos, muitas vezes vendíamos imóveis muitas vezes sem saber o que exatamente havia naquela região”. Disse Busarello. “Eu já deixei de comprar terrenos por identificar regiões já congestionadas pela concorrência.” Em alguns casos, as duas ferramentas do Google auxiliam em importantes decisões empresariais. A Ecovias, concessionária de estradas como o sistema Anchieta - Imigrantes, utiliza o Google Earth para identificar o melhor local para a implantação de pedágios, por exemplo. Na hora de instalar uma balança de carga na rodovia Anchieta, a concessionária lançou mão do serviço para definir o ponto onde houvesse menos impacto para o meio ambiente e para a vizinhança. “O ganho não é só financeiro”, avalia Flávio Freitas, gerente do centro de serviços e engenharia da Ecovias. “Há uma melhora na velocidade com que a empresa apresenta respostas para suas necessidades”.